Dessa travessia, dessa experiência, dessa pausa, vou tirar várias lições, as quais pensei em dividir com a intenção exclusiva de ajudar de alguma forma a quem precise de apoio. Cada passo dessa história poderá se tornar um sucesso, uma poesia, um exemplo. Depende apenas de mim...

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domingo, 27 de fevereiro de 2011

Câncer, a palavra mortal.


    Feirinha do Brique, sábados pela manhã.

Quando se menciona a palavra “câncer”, as pessoas normalmente mudam o tom, baixam a voz ou olham para os lados, observem esse comportamento!!!  Falar a palavra “câncer” significa falar em morte triste e depauperada para a maioria das pessoas, pois os exemplos mal sucedidos são sempre passados oralmente com muito dó, os exemplos positivos ficam geralmente destinados e creditados à boa sorte da criatura em questão. O câncer que me aflige é o mesmo que aconteceu com a Ana Maria Braga, ela está aí perfeita e o meu médico disse que o dela era muito sério e com vários comprometimentos. Um belo exemplo ela deu, de valentia e coragem. Contaram que ela fazia o programa com a bolsinha de quimio pendurada... mostrando que estava confiante no seu taco. Uuuuuuiiii, nem me fale na bolsinha de quimio....
Tenho um primo-irmão, conceituado oncologista aqui de Porto Alegre, que sempre diz que de câncer não se morre tanto quanto de enfarto ou complicações cardíacas, além de outros problemas que não lembro. Existem muitos tratamentos e a prevenção precoce é a melhor forma de evitar. Eu sempre fiz prevenção e vejam como descobri o meu: casualmente!!!  Eu tinha acabado de comprar passagem para Londres, iríamos festejar 40 anos de amizade, eu e duas  amigas de uma vida inteira.... íamos a Liverpool festejar na caverna dos Beatles...., atravessar a Abbey Road e fotografar muito, afinal eles embalaram a nossa juventude!!!  Mas aquela hemorróida pequenina que me incomodava há poucos meses, tinha que sair dali  bem antes da viagem pra não ter problemas. Nunca pensei que seria um câncer, afinal a minha colonoscopia de prevenção estava dentro da validade, há apenas 10 meses eu havia feito uma e estava tudo perfeito!!!  
Nessas minhas andanças pelos locais que já contei, vejo nos olhos dos homens e de algumas mulheres o pânico atordoante, ou o desânimo de “chegou a minha hora”... Poucos são os que chegam à radioterapia ou na quimioterapia com cara de esperança, a maioria é taciturna, apreensiva, cabisbaixa, não fala muito.  A hora não é de sorrisos nem de brincadeiras, concordo, mas também não precisa ser séria demais, um pouco de leveza faz bem pra alma. Tá certo, a dor é grande, mas muitos perdem cabelo só pelo stress de saberem que tem câncer, informação passada por pessoas credenciadas.
Pessoalmente estou tomando muito cuidado com a minha cabeça, que é muito rápida para registrar os assuntos e depois ficar remoendo as coisas. Na radio tenho ido de vestido, pois lá na maca, embaixo da gigante e na hora H, é só levantar a saia e deixar que me posicionem (já contei isso aqui).  Assim, fazendo uma entrada e saída bem rápida, sem a ritualização de entrar em cabine, por avental verde, depois fazer o inverso, eu levo uns 5 minutos lá dentro e saio rapidamente, muito elegante com meus vestidos compridos.  Estratégias diversas...  Mas sei que até o final da etapa de radio eu não poderei ver mais as saias rodadas....mas tudo para me manter em alto astral. Gente, ficar em alto astral dá uma trabalheiraaaaaaaa.... a gente circula entre pessoas que querem ajudar mas que contam “causos” diversos de problemas passados, alterando a tua imagem do que está realmente acontecendo. São pessoas bem intencionadas, mas as palavras tem o poder de mexer com o delicado sistema de quem está tentando ficar o mais possível UP. 

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