Dessa travessia, dessa experiência, dessa pausa, vou tirar várias lições, as quais pensei em dividir com a intenção exclusiva de ajudar de alguma forma a quem precise de apoio. Cada passo dessa história poderá se tornar um sucesso, uma poesia, um exemplo. Depende apenas de mim...

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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sem vontades...

    Flores em uma árvore no Parque da Redenção, primavera de 2010.

Estou travando uma verdadeira batalha contra as náuseas, tonturas e má disposição. Embora medicada contra os efeitos colaterais, a barra é pesada, não fico muito longe da poltrona de descanso. Saco isso. Mais saco ainda porque nem tenho vontade de pensar, só de dormir, e é o que estou fazendo. Baita dualidade, eu aqui mofando e a vida lá fora pulsando.
Enfim, eu reclamo sim, até preciso!!!,  mas também reconheço as coisas boas: meu gosto por alimentos passou a ser mais específico: pirê + pirê + pirê, no intervalo tomate. À noite mais pirê, mais tomate, mais figos secos que a Verinha trouxe....e dê-lhe água, nunca tomei tanta água nessa vida. Descobri que água com suco de maçã natural me fazem melhorar das náuseas, então sou um lava-jato, por cima e por baixo.
Estou diferente, meus cheiros são diferentes, não tolero perfumes....eu que tenho coleção deles e que sempre andei perfumadíssima. Meu cheiro é de pomada, sabão neutro e borracha queimada....hehehe.... não riam, é mesmo.
Hoje lá na hora da radio avisei pros meninos que não brincava mais com eles, tava começando a doer e assim eu não brinco mais. Me revoltei com os vestidos e iniciei a era das calças de algodão, mas sempre sem o avental verde. É só baixar e pronto. Que sem graça tudo isso.
Sexta terei um belo encontro marcado com os OLHOS AZUIS, meu médico lindo de morrer, pra acertar detalhes, afinal lá se vão 10 radios, mais ou menos 1/3 da quantidade prevista.
Se tudo correr melhor, amanhã estarei mais disposta  e terei mais olhos de ver e ouvidos pra ouvir, quem sabe o Tio Zé com suas homeopatias me dá uma polidinha....uma acertadinha nos ponteiros.
Mas uma coisa eu me dei conta hoje: minha mãe arranjou tempo para repassar as suas receitas de familia ao meu lado, isso nunca aconteceu antes por falta de tempo dela e meu. Precisamos estar realmente paradas para isso acontecer. Se nunca paramos...a vida nos parou, vamos aproveitar!!!

Um comentário:

  1. Ilane querida,que posso dizer? Que demorei para entrar em contato! Só abri teu email agora, estive bem afastada do computador nestes dias, ele andou com umas frescuras e eu decidi dar um tempo e não me estressar por que as coisas não estavam dando certo com ele.
    Hoje fiz as pazes com ele, e agora lí teu blog. O queixo caiu.
    Há exatamente 2 anos eu acompanhei minha sogra num CA pelo jeito muito parecido com o teu. O dela também não era de operar, e bem na extremidade, e no início. Teu relato me trouxe à memória aqueles dias de batalha, eu que a levei para rádio diariamente, na colocação do cateter para quimio, para as aplicações de químio, (ela usou a bolsa duas vezes).
    Acompanhei tudo bem de perto, e sempre tentei fazer da maneira melhor possível pois nunca antes havia acompanhado alguém tão próximo nesta situação.
    Ela fez duas séries de rádio (20 cada) com um intervalo de alguns dias entre elas. No dia do casamento da Amanda, estava marcada a 1ª químio, então conseguimos mudar para o dia seguinte. Mas ela já estava bem dolorida das rádios. Conseguiu ir ao jantar do casamento, mas nas fotos hoje vemos que ela estava bem abatida. Amanda casou em 30 de março, minha sogra continuou o tratamento com muita coragem, havia dias de depressão, não queria sair do quarto, nem ver ninguém, respeitamos isso acima de tudo, ela ficou com as "partes" bem queimadas, mas estava usando uma pomada especial para o tratamento, que na medida do possível aliviava um pouco as dores. Bem, ela terminou o tratamento, NÃO perdeu cabelo, só lá em baixo, foi se recuperando, aos poucos e em maio viajamos com ela para Alemanha, já estava em condições de enfrentar o vôo, e tudo mais. Lá com a irmã e o amigo alemão ela se recuperou, física e psicologicamente. Hoje passados 2 anos ela acabou de fazer os exames e está tudo bem, curadíssima, só tem que continuar por mais 3 anos acompanhando e fazendo exames 2 X por ano. Ela recuperou o peso e é como se não houvesse passado por aquilo.
    Ilane estou relatando tudo isso como forma de dar um apoio, gostaria de estar perto para poder ajudar, vou procurar fazer à distância. Sei que és uma pessoa forte, positiva e isso é tão importante tu bem o sabes.
    Te dá um tempo, se a vontade é de não fazer nada, faz isso, deixa passar, se a vida lá fora está vibrando, e tu estás quieta no teu momento, não te deprime por isso, vai passar com certeza.
    Desculpe se eu fiz um relato falando da doença, mas é para te dizer que tem saída, tem sim a tal luz no fim do tunel, por pior que possa parecer.
    Pessoa querida, que através de fotos transmites tua sensibilidade, passando tanta beleza para quem as admira, segue em frente!
    Bruxinha que és vais vencer.

    Bjo muito, muito carinhoso da Rita

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